O uso de um título deveria ser motivo de merecimento.
Foi este o entendimento que serviu de génese à criação das Ordens Profissionais e é o entendimento que ainda hoje se mantém - generalizadamente - para a maior parte das profissões.
Não passa pela cabeça de um jurista intitular-se advogado.
Não é aceitável que um enfermeiro se intitule médico.
Um desenhador não é um arquitecto.
E no entanto... toda a gente com frequência de um número de horas de pedagogia dita de engenharia, com cursos de fim-de-semana ou no estrangeiro, por apartado ou por correspondência, se acha com o direito de se intitular - engenheira.
Sabemos que, no afã de aumentar as cotas de licenciados do país, muitos cursos foram licenciados pelo Ministério. Muitos têm a capacidade de emitir notas de licenciatura em "Engenharia" aos seus discentes. Mas é à Ordem quem compete aferir se a qualidade pedagógica dessas licenciaturas é suficiente para garantir a qualidade que o título de ENGENHEIRO exige.
A Ordem é o garante da qualidade do exercício de Engenharia em Portugal. E é-o em exclusividade.
Retirar-lhe esse exclusivo é anular-lhe a existência.
Não se bater em todos os fóruns por esse direito é precipitar o fim.
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